domingo, 30 de dezembro de 2007

A Vale será dona de um estado, no Brasil


Por Otto Mendes


Belém do Pará - Só se fala nisso aqui na cidade: a Vale vai ser a primeira empresa a ser dona de um estado, no Brasil. A história que corre é que o senador José Sarney, do PMDB do Amapá, está querendo criar o Estado de Karajás, que englobaria todo o sul do Pará. Segundo o que se escuta, o cientista- presidemente Lula seria o primeiro senador do novo estado, e o filho de um ex-governador, ex-senador e agora deputado federal seria o primeiro governador. Para se montar um estado é preciso gastar mais ou menos três bilhões de reais e quem entraria com a grana? Aqui em Belém se diz que será a Vale, que com isso será a dona do Estado de Karajás, e ai o que resta de meio ambiente nesta região será completamente destruído.
A antiga Vale do Rio Doce, agora só Vale, foi vendida a preço de banana para empresários e empresas com passados duvidosos, pelo então presidemente-elitista-fútil-preguiçoso FHC, que se tivesse tempo teria, junto com seu partido, vendido todo o Brasil. Há tempos que o povo brasileiro pede para que o processo de venda da Vale seja revertido e que ela volte a pertencer a sociedade brasileira. esta empresa vem tendo lucros fantásticos, mas, o Pará não ganha nada com isso, só vê suas riquezas indo parar nas mãos de poucos. A Vale mostra comerciais de que está investindo em reflorestamento e outras baboseiras, pensando que a população é formada por idiotas. A mudança de nome se deveu a grande campanha que está sendo feita no Brasil contra a privatização da empresa. Queremos saber o que a Vale, a presidência da república e o Senador tem a dizer disso.

sábado, 29 de dezembro de 2007

De volta, mas, com dificuldades!

Tá foda de resistir!
Por Otto Mendes

Belém do Pará - Sei leitores, este blog anda padecendo de regularidade, mas, fazer o quê? Ontem mesmo, acordei disposto a descer, e vir na lan house que tem bem em baixo do prédio onde estamos hospedados, pois, que acabo indo, com meu pai, a uma loja de informática, que na verdade vende tudo, chamada de SOL e lá dou de cara com um bar pai d´égua, onde acabamos por tomar umas. Depois disso, fomos saborear uma rabada com jambu, acompanhada de feijão, farinha, arroz e muita pimenta, tudo regado a mais cerveja. após tudo isso, só tirei uma pequena sesta de umas quatro horas de duração. Hoje de manhã tive um encontro com o médico e ambientalista Camilo Viana, defensor incansável da Amazônia, mas, esta entrevista só depois, pois, teremos um novo encontro para completar a nossa conversa.
Nesta semana que passou, podemos ver o cientista-presidemente Lula discursando na tv. Só falou coisas boas, mas, a minha pergunta é: de que país ele estava falando, pois, não pode ser o Brasil, cada vez mais fudido. Vai ver algum presidente deu um troco para nosso presidemente, para este falar de outro país. Presidente terceirizado! O eminente cientista-presidemente falou de boca cheia que o Brasil entrou na lista dos países desenvolvidos, segundo a ONU. os critérios para um país entrar nesta lista devem ser muito baixos, pois, qualquer estudo sério nunca incluiria um país lascado, com uma desigualdade social tão grande como o nosso nesta lista. Com certeza a ONU fez isso a mando dos EUA, só para nos afastar da América do Sul, onde os outros países enfrentam os EUA. A ONU é uma piada e não deve ser levada a sério, por mim, podia ser fechada, pois, não serve para nada que preste!
Ontem estava vendo um canal de tv de Portugal, a RTP Internacional, e também aquele país está passando maus bocados nas mãos dos neoliberais: o ministro da saúde de lá fechou vários postos de atendimento nos bairros, e por isso, os portugueses tem que se deslocar quilômetros para serem atendidos. Houve muitos protestos, mas, o ministro disse que os portugueses preferem andar quilômetros a serem atendidos no próprio bairro. Há, Há, Há, Há, Há, Há, Há, Há! (Parece o governo de FHC, que por sinal, quer que o próximo presidente seja um bom português, ou seja, ELE!) O que está acontecendo é a velha lógica neoliberal de "otimizar" tudo, principalmente porque quem se fode são a plebe, se fosse os ricos.......
Cabanos, façam um favor neste ano que se anuncia: não leiam merda, por isso, joguem fora o Estadão, A Folha de São Paulo, o Globo, a Veja, Época e outras merdas feitas para emburrecer o cidadão. Fora leitura inútil!!!

segunda-feira, 24 de dezembro de 2007

E ai?

Revista de merda!


Por Otto Mendes

Belém do Pará - Bem, pessoal realmente o mês de dezembro não foi muito fértil, principalmente se comparado com novembro, onde publiquei muitas matérias, mas, vocês sabem como é: muita birita, muita diversão e a gente acaba esquecendo do mundo e do blog. Mas, não desanimem, pois, continuarei a publicar minhas matéria e charges, mesmo bebendo e entornando todo o alcool existente no mundo. Neste momento, estou em Belém do Pará, a Metrópole da Amazônia, minha terra de nascença e que deixei há doze anos atrá para morar em Pernambuco, e agora me considero um homem de dupla nacionalidade, pois, adotei Pernambuco como meu novo lar. Ontem mesmo já comi maniçoba, caruru, pescada amarela no tucupi, unha de carangueijo, vatapá e tacacá, tudo isso regado a muita Cerpinha, e mais uma vez comprovei: não tem comida igual a daqui! É bom demais, e podem acreditar, só ontem comi tudo aquilo, durante o dia todo, é lógico!
O mês de dezembro foi péssimo para os que lutam por um país mais justo:
- O presidemente e cientista Lula, continuando a luta de FHC e do PSDB em vender o Brasil para a iniciativa privada, vendeu o Rio Madeira para duas transnacionais (Odebrecht e FURNAS). Logo, no próximo governo do PSDB, que também dará continuidade ao governo do PT, será vendido o Rio Amazônas e sua floresta, logicamente para os EUA, pois, FHC sempre representou os interesses norte-americanos no Brasil, é pago para isso. Esta venda com certeza não vai ser paga pelas empresas que pagaram. veja só como se privatiza o Brasil, desde FHC (foi no seu governo que foi inventado este esquema):
1-o consórcio negocia quem vai ganhar
2- depois em vez de pagar com dinheiro do próprio consórcio, este pega dinheiro emprestado de alguma instituição pública, como o BNDS
3- o consórcio não paga o empréstimo e a conta sobra para nós
Com certeza a mesma coisa vai acontecer com a compra do Rio Madeira, que sua venda já podemos vislumbrar o seu fim, pois, as duas empresas que os compraram já são velhas destruidoras do meio ambiente e estão pouco se lixando para o rio e para as populações que vivem no seu entorno, que inclusive devem ser expulsas de suas terras.
- A nossa derrota no STF, que pressionado pelo governo, que nomeou seis novos juízes (por coincidência foram seis votos a favor do governo), cobrou a nomeação obrigando os tais juizas a votarem a favor da transposição do Rio São Francisco. Como vocês podem ver, existem várias formas de ditadura, pois, qualquer pessoa honesta e um pouquinho só inteligante nunca votaria a favor de um projeto destes. Qualquer criança vence um debate sobre a transposição de qualquer técnico do governo, pois, qualquer argumento que este tenha a favor desta obra terrível é derrubado com facilidade até por uma minhoca! Também podemos prever o fim do Rio São Francisco
Lula entrará para a história do Brasil como o maior inimigo do meio ambiente que este país já teve.
- Continua o festival de calunias contra o grande presidente Evo Morales, principalmente através da Veja, uma revista que com certeza apoiaria os nazistas, se já existisse na segunda guerra mundial. A Veja mente descaradamente sobre a situação da Bolivia e esconde todas as tramóias feitas pela elite boliviana para derrubar o governo de Evo Morales, mas, amanhã falarei com mais calme disto.
Não percam, logo teremos uma entrevista com Lúcio Flavio Pinto, o maior jornalista do Pará e quem sabe do Brasil e com o ambientalista Camilo Viana. Vocês não podem perder!

terça-feira, 18 de dezembro de 2007

Presidente Lula e Dom Cappio, na Roda Viva da História


Por: Paulo Maldos

Assessor político do Cimi


Dom Luiz Flávio Cappio iniciou, há 17 dias, uma greve de fome pelo rio São Francisco, contra a transposição desse imenso rio, em favor das comunidades que vivem no seu curso, ribeirinhos, pescadores, quilombolas, indígenas, em favor daqueles que sofrem com a sede no nordeste, em favor da natureza do semi-árido.

Dom Cappio exige um debate nacional sobre um projeto que só privilegia o hidronegócio, o agronegócio e as grandes empreiteiras e propõe como alternativa à transposição um projeto também do governo Lula, gestado na (ANA) Agência Nacional de Águas, um projeto que respeita e valoriza o meio ambiente e que levaria água a quem tem sede, não negócio.

O presidente Lula não realizou o debate prometido, cuja promessa encerrou a primeira greve de fome, e endureceu com Dom Cappio, afirmando que as obras com o Exército vão continuar, irreversíveis. Ou seja, para Lula, a morte de Dom Cappio é uma alternativa possível e aceitável.

No entanto, ao redor do gesto radical do bispo, está se formando uma corrente de solidariedade, de apoios, de alianças, de identificação ética, política, social, ideológica, cujos contornos são facilmente identificáveis: trata-se dos movimentos sociais, políticos, pelos direitos humanos, pastorais sociais, personalidades da Igreja Católica, da política, da cultura, que constituíram, desde os anos 80, Lula como liderança de massa em nosso país. Este universo social, político e cultural, de pessoas e movimentos sociais tiveram, ao longo de mais de duas décadas, uma relação com Lula que foi como a da vela com a sua chama: uma nutrindo-se da outra.

A luta e a perspectiva de vida ou de morte de Dom Cappio coloca esta antiga história numa encruzilhada: se Dom Cappio sobreviver, haverá continuidade, mesmo que mais conflitiva, devido ao lugar institucional há cinco anos ocupado por Lula; se Dom Cappio vier a falecer, será o final dessa história.

Não será Dom Cappio apenas que morrerá, mas morrerá a referência política de Lula e do Partido dos Trabalhadores na história dos movimentos sociais do Brasil.

Vivemos, tempos atrás, o final da ditadura, sua desconstituição simbólica a partir dos movimentos sociais e sindicais, onde despontou o próprio sindicalista Lula como protagonista central; vivemos o final da Nova República como alternativa civil, com a contestação popular; vivemos a derrocada do aventureiro Collor e seu grupo com os movimentos sociais na rua, vestidos de preto; vivemos o fim do ciclo neoliberal tucano de Fernando Henrique Cardoso, com o repúdio nas urnas. Todos terminaram percebendo “um desprezo singular nos olhos do homem simples”, como o protagonista central da peça Roda Viva, de Chico Buarque de Holanda.

O percurso histórico de Lula lembra o percurso do próprio rio São Francisco: muitas fontes limpas no nascedouro, depois um trajeto acidentado, muitos entulhos, assoreamento e alianças contraditórias pelo caminho; a sedução do grande capital no seu curso final; o definhamento, como rio e como história política, sem chegar ao oceano da memória afetiva do povo brasileiro. A história da liderança popular de Lula será a história de um fracasso.

A morte física de Dom Cappio sinalizará para a morte política de Lula.

Paulo Maldos
Assessor político do Cimi


quinta-feira, 6 de dezembro de 2007

CHESF intimida seus funcionários para não participarem das manifestações contra a transposição.

D. Luíz Cáppio conversando com Toinho pescador,
grande poeta e pescador, que dedicou a vida para
defender o Rio São Francisco. Foto: Otto Mendes



Por Otto Mendes

Sobradinho, Bahia - Andando pela cidade e conversando com vários moradores daqui, uns funcionários da CHESF, outros parentes de funcionários, me revelaram que a direção da CHESF, que pertence ao PT, está ameaçando de punição os funcionários que participarem das manifestações contra a transposição. Na terça, 4 de dezembro, houve uma passeata em apoio ao Bispo da Barra, D. Luíz Cáppio, e os funcionários que participaram foram ameaçados de punição. Os moradores, que não quiseram se identificar, disseram que essa situação não é de agora, pois, desde que o governo Lula assumiu, a diretoria da CHESF tem agido de forma autoritária, todos revelaram que votam em Lula desde 1989. Um exemplo são os restaurantes que recebem o ticket alimentação da CHESF, onde está proibido conversar sobre política, pode parecer piada, mas, é a pura verdaxde. Conversei com dois donos de restaurante e eles confirmaram a denuncia. Enquanto a CHESF ameaça seus funcionários D. Cáppio segue firme no seu jejum pela vida do Rio São Francisco. Neste fim de semana estão sendo esperadas mais de 10.000 pessoas, pois, no domingo, dia 9 de dezembro, haverá uma grande romaria.

quarta-feira, 5 de dezembro de 2007

República das Baratas


Triste Brasil

Por Otto Mendes

Nós, povos que habitam esse país, estamos mesmo ferrados. Não importa quem está no governo, todos só pensam em governar para si, e para marcar sua presença como governante, todos tem que erguer obras que sempre possuem as mesmas características:
- São imponentes e grandiosas;
- Custam muito dinheiro;
- Não servem para nada;
- Logo viram sucata, abandonadas.
Estava em Serra Talhada, sertão de Pernambuco, esperando o ônibus para Recife, assistindo, enquanto o transporte não chegava, um desses jornalecos da Globo, quando uma noticia me chamou a atenção: o cientista-presidemente Lula esteve no Rio de Janeiro, mais precisamente na favela do Cantagalo, para anunciar uma série de investimentos, que até me deixaram animados, mas, logo esta sensação foi substituída pelo desanimo habitual. Não deu para ouvir em que seria investido este dinheiro na Cantagalo, mas, consegui ouvir o que o governo faria em outra favela, a do Alemão: nesta, o governo vai investir meio bilhão de reais e, entre as obras, será construído um bondinho e uma passarela com a assinatura de Oscar Niemeyer ! Tudo muito legal, e o povo que mora nas favelas merecem, pois, são tão cidadãos quanto qualquer um de nós, mas, a questão não é essa. O Brasil é um país pobre, atolado em problemas sociais, por isso, não acho certo gastar milhões de reais com uma passarela de grife, como também acho um absurdo se pagar R$ 28 milhões de reais para construir uma praça, em Boa Viagem, em Recife, que também tem a assinatura de Niemeyer. Ainda bem que esta última foi paralisada pelo Ministério Público. Essas atitudes são uma verdadeira doença de nossos governantes, que buscam a própria projeção, em detrimento das verdadeiras necessidades dos povos brasileiros. O que nós precisamos é:
- Sermos todos considerados cidadãos, sem distinção de classe social;
- Acesso a saneamento básico a toda a população;
- Reforma agrária de verdade;
- Formação de um país pluriétnico;
- Acesso a educação gratuita de qualidade;
- Acesso a saúde gratuita e de qualidade;
- Combate a corrupção, que deveria ser considerado crime hediondo;
- Fim do latifúndio e da monocultura;
- Substituição da oferta de energia da hidrelétricas e termelétricas por fontes de energia que não agridem o meio ambiente, pelo menos em residências e pequenos negócios;
- Privilegiar as políticas de meio ambiente, a maior riqueza do Brasil.
Tenho percebido que o PAC é um verdadeiro festival de baboseiras e megalomania e, se não são obras inúteis, como as acima citadas, são obras que destroem o meio ambiente, excluem a maioria da população só servindo a poucos amigos de Lula, como a transposição do Rio São Francisco, a construção de hidrelétricas e barragens na Amazônia e o etanol.
De nossos governantes quiserem realizar obras assinadas por Niemeyer e outras futilidades, tudo bem, todos nós merecemos, já que somos a parte que trabalha e dá duro, mas, antes trabalhem e cuidem do que é importante e urgente.
Depois disso podem distribuir o caviar.

terça-feira, 4 de dezembro de 2007

Duas perguntas para D. Cáppio

Foto: João Zinclar

Por Otto Mendes

Sobradinho, Bahia – No dia 29 de novembro, o Bispo da Barra, D. Luiz Cáppio, respondeu a duas perguntas minhas:

Otto Mendes: Por que o senhor decidiu reiniciar o jejum?
D. Cáppio: Nós estamos aqui, em Sobradinho, nesta segunda fase do jejum, porque quando terminamos, lá em Cabrobó, nós assumimos um compromisso com o presidente, e o presidente conosco, e este compromisso não foi honrado, ele não cumpriu o que foi combinado e, durante dois anos, a gente tentou viabilizar os termos do acordo, mas, o governo se manteve surdo, totalmente surdo, né? Aquilo que havíamos combinado e, em vista disto, nós decidimos então.

Otto Mendes: Por quer o senhor acha que o governo insiste tanto em realizar esta obra?
D. Cáppio: É porque ai atrás disso existem grandes interesses, né? Que o objetivo não é o povo não. O objetivo são os grandes grupos econômicos, né. E estes são muito fortes e, aqui mesmo a gente vê tantas obras iniciadas, aqui na região, e que o Ministério da Integração não tem recursos para concluí-las, o que beneficiaria muita gente, e agora querem fazer esta obra, que gasta tanto dinheiro, não é em beneficio dos pobres, é em beneficio de pequenos grupos, que os pobres mesmo, se o governo estivesse interessado nos pobres teria concluído tantas obras de infra-estrutura, que começaram e não foram levadas a diante, então é isso.

D. Luíz Cáppio volta a fazer jejum pela vida do Rio São Francisco


Foto: João Zinclar


Otto Mendes e Roberto Saraiva

Sobradinho, Bahia - Diante da insistência do governo Lula em realizar as obras de transposição das águas do Rio São Francisco, o Bispo da Barra, Bahia, decidiu iniciar outro jejum pelo Rio São Francisco, em Sobradinho, a 560 km de Salvador, na capela de São Francisco e, desta vez não haverá qualquer tipo de negociação com o governo federal, pois, este tempo, segundo D. Cáppio, já se esgotou. Só a saída do exército dos canteiros de obra dos eixos leste e norte e o arquivamento deste projeto farão D. Cáppio parar com seu jejum. A Atitude de D. Cáppio é profética, pois, assim como Jesus doou sua vida por todos nós, D. Cáppio está doando a sua pelo Rio São Francisco e seu povo. Isso derruba o argumento do governo e da mídia, de que o Bispo está indo contra a doutrina da igreja da qual ele é membro, que condena o suicídio, mas, D. Cáppio não deseja morrer, e sim viver.
O governo federal finge que o problema não é com ele, e garante que as obras da transposição seguem “normalmente”. O que todos nós nos perguntamos, é por que o governo insiste em realizar esta obra, cuja principal característica é a sua inutilidade? Temos a certeza de dois fatores:
- O governo assumiu este compromisso com banqueiros, empreiteiros, latifundiários e políticos, todos de olho gordo nesta verba, inclusive para se reeleger e agora não tem como voltar atrás;
- Em 2008 e 2010 haverá eleições e parte desse dinheiro será utilizado para financiar a campanha dos candidatos do governo e seus aliados.
Várias entidades e instituições estão acampadas junto com D. Cáppio, para prestar solidariedade e protestar contra a transposição do Rio São Francisco. A toda hora, cidadãos de Sobradinho, Juazeiro, Petrolina, Cabrobó, Recife, Feira de Santana, Sergipe, Salvador e outras localidades, chegam para conhecer e prestar apoio a D. Cáppio. Toda as noites, as 19:00hs, a capela da São Francisco se enche de gente, muito em pé, mas, todos acompanhando atentamente as palavras de D. Cáppio. Ele pede para todos nós focarmos nossa atenção para os motivos que o levaram a tomar essa decisão, ou seja, a transposição, e não no ato em si, o jejum.
Enquanto isso, num ato de puro cinismo, o ministro da integração, Geddel Vieira Lima, esteve no dia 29 de novembro em Petrolina, Pernambuco, para mostrar a um grupo de pessoas as “maravilhas” da agricultura irrigada. O irônico é que o ministro vai mostrar ao que será a transposição, caso ela venha a ser realizada: só quem foram beneficiados nestes projetos realizados em Petrolina foram os latifundiários e os narcotraficantes, que expulsaram pescadores, indígenas e pequenos agricultores de suas terras; a agressão ao meio ambiente devido o uso intensivo de agrotóxicos, a produção voltada inteiramente para o mercado exterior, e cuja produção é transportada por avião para EUA e Europa, também contribuindo para o aquecimento global, pois, avião também polui. Enquanto toda essa estrutura foi montada para lavar comida para quem não precisa, milhares de famílias passam sede e fome a poucos metros do rio e dos canais de irrigação.
Em outro momento de cinismo do governo, o presidente Lula disse que a Igreja está dividida em relação à transposição. Concordamos com o presidente, pois, o assunto não é dogma de fé, e realmente a Igreja tem posição dúbia, devido a propaganda enganosa desse mesmo governo, porém devemos lembrar esse presidente que essa é a Igreja que o defendeu das torturas que a ditadura, provavelmente o submeteria, essa é a Igreja que no período das grandes greves do ABC Paulista, sofreu todo tipo de injuria e difamação em nome de um mundo livre e cheio de oportunidades para todos e todas, essa é a Igreja da Opção Preferencial pelos Pobres que a Conferencia de Aparecida ratificou como sendo a Igreja de Jesus.

República das Baratas