Por Otto Mendes
Como todos os anos, desde 1999, acontece, ocorreu no dia 20 de maio de 2007, um dia após o termino da 7º Assembléia do Povo Xukuru, as homenagens em memória do cacique Xicão, covardemente assassinado am 20 de maio de 1998. Os assassinos, vários fazendeiros da região de Pesqueira, minicipuio a 209 km de Recife, pensavam que iriam parar a luta do povo Xukuru, que desde 1990, com a retomada de Pedra D'Água, começaram um processo de recuperação de suas terras. mas, o tiro saiu pela culatra, pois do sangue de Xicão nasceram muitos outros guerreiros, a luta continuou e, hoje, os Xukuru dominam 95% do seu território tradicional (mais 27.000 ha) e a força política desse povo pode ser sentida em todo o Brasil. A cerimonia começou nas matas sagradas de Pedra D'Água, onde o cacique e outros guerreiros estão plantados, com um toré e com uma missa. A tarde, a passeata que sai da frente da casa de d. Zenilda, viuva do cacique Xicão, e vai até Pesqueira, no local onde o cacique foi assassinado. Podemos notar participando da passeata e mesmo da assembléia Xukuru, muitos jovens de Pesqueira, que vieram prestar solidariedade ao povo Xukuru, o uqe não acontecia tempos atrás. Reflexo de que a luta deste povo começa a influenciar os jovens da cidade, muito bom.
Bom, quem participa deste evento nunca mais esquece!!!
quinta-feira, 24 de maio de 2007
7º Assembléia do Povo Xukuru do Ororubá
Por Otto Mendes
Entre os dias 17 e 19 de maio de 2007, aconteceu na Serra do Ororubá, a sétima Assembleia do Povo Xukuru. Dessa vez foi na aldeia Capim de Planta, pois a cada ano este evento ocorre numa aldeia diferente. Mesmo sendo uma região baixa, fica na região denominada de Ribeira, geralmente mais seca e quente que a área da serra, mas, nesta época do ano, quando começam as chuvas, mesmo Capim de Planta faz frio a noite, o que torna a noite de sono muito mais agradável.
O tema da assembléia foi: "Terra: reviver a cultura, a partilha e os Encantados". Eles preferiram usar o termo "reviver" do que "resgatar", pois, se pode resgatar coisas mortas ou destruídas, mas, "reviver", só coisas vivas. Os Xukuru tem consciencia de que muitas coisas do passado podem ser revividas hoje, como a partilha, outras não. Também há a preocupação em mostrar a toda a comunidade de como foi construído o projeto político e econômico de recuperação do território Xukuru.
O primeiro dia, 17 de maio, foi marcado com a chegada dos Xukuru de outras aldeias. cada aldeia escolhe 10 representantes, mas, quem quiser participar pode ir tranquilamente. O evento começou com a aciolhida do representante de Capim de Planta, o Galego, que desejou as boas vindas a todos que estavam ali presentes. depois foi a vez do pajé Zequinha e outras lideranças religosas abençoarem aquela assembleia. Agnaldo, professor e liderança de Pé de Serra, fez uma retrospectiva das assembleias anteriores. No final do dia, o assessor jurídico do CIMI-NE falou de como se organiza a sociedade brasileira e Agnaldo falou como funciona a organização interna do povo Xukuru. A noite, o Toré finalizou com chave de ouro os trabalhos do dia.
Na sexta, 18 de maio, ouve analise de conjuntura a nivel local, estadual, nacional e internacional, cujo os palestrantes foram o cacique Marcos (as duas primeiras) e Roberto Saraiva, do CIMI-NE, as duas segundas, e a preocupação maior foi o PAC, que se for implementado, trará sérios prejuízos humanos e ambientais. Em Pesqueira, municipio onde se localiza o território Xukuru, está sendo construída uma usina de biodiesel, e o governo federal quer que os indígenas participem fornecendo mamona para a usina. Antes do almoço, Roberto saraiva e dona Zenilda, viuva do cacique Xicão e mãe do cacique Marcos, falaram sobre o Terra-Toré (que aconteceu entrwe os dias 10 e 13 de maio, em Pankará, Pernambuco) e Otto mendes do CIMI-NE falou um pouco sobre o acampamento Terra-Livre, ocorrido em Brasília, em abril passado. depois do almoço, o melhor do dia: o depoimento dos velhos, que falaram como era a vida antigamente, de como os indígenas partilhavam seus bens, como nasciam, como eram enterrados, como trabalhavam e trocavam mercadorias. Foram depoimentos muito ricos em detalhes, que deixou a platéia em silêncio. Uma das características dessa assembléia, foi a presença maciça de jovens Xukuru, o que foi muito bom, pois puderam aprender com os mais velhos e participar mais da vida política do povo Xukuru. Foram formados grupos, um só com crianças, outro só com jovens, mulheres, homens, para discutir como o Povo Xukuru vai fazer e está fazendo para consolidar seu dominio sobre seu território. A noite foi o momento de Pirrila e seu samba de coco, que levantou poeira no local da assembléia.
O dia 19 de maio, foi marcado com a apresentação dos povos indígenas presentes (Potiguara, da Paraíba; Kambiwá, Pipipã, Atikum, Truká de Pernambuco) dos grupos e com uma emocionante homenagem dos Xukuru-Kariri para o Povo Xukuru, onde Xicão e Maninha foram lembrados e a aliança entre os dois povos foi confirmada. No final foi a vez do documento final da assembléia ser lido e aprovado (este documento está publicado a seguir). Agora, era só esperar para no outro dia todos poderem prestar homenagem ao grande cacique Xicão,l na descida da serra para Pesqueira. Fomos dormir em paz.
VII ASSEMBLÉIA DO POVO XUKURU
REVIVER A CULTURA, A PARTILHA E A FORÇA DOS ENCANTADOS
LOCAL: ALDEIA CAPIM DE PLANTA
DATA: 17 a 19/05/2007
Nós, povo Xukuru do Ororubá, protegidos pelas forças dos nossos encantados e da natureza sagrada, nos reunimos na nossa VII Assembléia e discutindo sobre o tema “Reviver a cultura, a partilha e a força dos encantados”, decidimos coletivamente que o nosso projeto de futuro tem como princípios:
1. A terra é a nossa mãe. É dela que tiramos a força para continuar vivendo como Xukuru;
2. O território deve ser utilizado de forma coletiva, cuidando da natureza sagrada;
3. A riqueza que a nossa terra dá deve ser partilhada e não deve ter entre nós desigualdade social;
4. As relações pessoais devem ser respeitando uns aos outros e a convivência do dia-a-dia baseada na solidariedade;
5. As decisões devem ser tomadas de forma coletiva, ouvindo os mais velhos, a comunidade e a nossa organização social;
6. Continuar sendo um povo organizado e lutador pelos nossos direitos;
7. Todo Xukuru tem direito a ter moradia, saúde, alimentação e educação de qualidade;
8. A fé do Povo Xukuru se sustenta no ritual sagrado, nas forças de Tupã e Tamain e nos encantos de luz;
9. Todo índio Xukuru deve respeitar e valorizar os espaços sagrados, as festas e os rituais da tradição;
Reafirmamos nossa certeza na inocência dos nossos irmãos Zé de Santa e Dandão, acusados injustamente do assassinato de nossa liderança Chico Quelé e pedimos a Tupã e Tamain que revelem os verdadeiros culpados desse crime.
Exigimos que parem imediatamente de perseguir nossas lideranças. Não deixaremos de denunciar e exigir a punição de todos aqueles que nos perseguem.
E, entendemos que para garantir o projeto de futuro é preciso:
1. Garantir o território livre;
2. Ter condições para trabalhar a terra;
3. Que a educação e saúde respeitem os nossos valores;
4. União, respeito, partilha e solidariedade;
5. Continuar organizados e na luta;
6. Igualdade de oportunidades;
7. Respeito às decisões das assembléias e às organizações internas Xukuru.
E como disseram os nossos anciãos e anciãs “ a nossa assembléia é um momento de partilha abençoada pela força dos nossos encantos, a natureza muito nos ensina e a luta também”
Aldeia Capim de Planta, 19 de maio de 2007.
REVIVER A CULTURA, A PARTILHA E A FORÇA DOS ENCANTADOS
LOCAL: ALDEIA CAPIM DE PLANTA
DATA: 17 a 19/05/2007
Nós, povo Xukuru do Ororubá, protegidos pelas forças dos nossos encantados e da natureza sagrada, nos reunimos na nossa VII Assembléia e discutindo sobre o tema “Reviver a cultura, a partilha e a força dos encantados”, decidimos coletivamente que o nosso projeto de futuro tem como princípios:
1. A terra é a nossa mãe. É dela que tiramos a força para continuar vivendo como Xukuru;
2. O território deve ser utilizado de forma coletiva, cuidando da natureza sagrada;
3. A riqueza que a nossa terra dá deve ser partilhada e não deve ter entre nós desigualdade social;
4. As relações pessoais devem ser respeitando uns aos outros e a convivência do dia-a-dia baseada na solidariedade;
5. As decisões devem ser tomadas de forma coletiva, ouvindo os mais velhos, a comunidade e a nossa organização social;
6. Continuar sendo um povo organizado e lutador pelos nossos direitos;
7. Todo Xukuru tem direito a ter moradia, saúde, alimentação e educação de qualidade;
8. A fé do Povo Xukuru se sustenta no ritual sagrado, nas forças de Tupã e Tamain e nos encantos de luz;
9. Todo índio Xukuru deve respeitar e valorizar os espaços sagrados, as festas e os rituais da tradição;
Reafirmamos nossa certeza na inocência dos nossos irmãos Zé de Santa e Dandão, acusados injustamente do assassinato de nossa liderança Chico Quelé e pedimos a Tupã e Tamain que revelem os verdadeiros culpados desse crime.
Exigimos que parem imediatamente de perseguir nossas lideranças. Não deixaremos de denunciar e exigir a punição de todos aqueles que nos perseguem.
E, entendemos que para garantir o projeto de futuro é preciso:
1. Garantir o território livre;
2. Ter condições para trabalhar a terra;
3. Que a educação e saúde respeitem os nossos valores;
4. União, respeito, partilha e solidariedade;
5. Continuar organizados e na luta;
6. Igualdade de oportunidades;
7. Respeito às decisões das assembléias e às organizações internas Xukuru.
E como disseram os nossos anciãos e anciãs “ a nossa assembléia é um momento de partilha abençoada pela força dos nossos encantos, a natureza muito nos ensina e a luta também”
Aldeia Capim de Planta, 19 de maio de 2007.
segunda-feira, 7 de maio de 2007
Não falei????!!!!
"Se eu pudesse acabaria com o Ibama", afirma Lula
02-Mai-2007
Fonte: www.sindsef-sp.org.br
02-Mai-2007
Fonte: www.sindsef-sp.org.br
Segundo nota divulgada no Blog do Noblat, às 14h49 do dia 23 de abril, a frase "se eu pudesse acabaria com o Ibama" foi dita pelo presidente a alguns de seus interlocutores íntimos. O motivo da irritação de Lula com a própria existência do órgão seria o excesso de exigências do Ibama para conceder licenças ambientais, quando o governo tem pressa em aplicar projetos e prioriza os grandes empresários em detrimento das conseqüências que tais empreendimentos possam ter para o meio ambiente.
Vários dos projetos que Lula reivindica que saiam logo do papel, porque são compromissos fechados com os grandes empresários do país, são parte do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) e dependem das licenças do Ibama, porque podem prejudicar o meio ambiente.
Um dos exemplos é a construção de hidrelétricas no rio Madeira, projeto que pode impedir a migração de quatrocentas espécies de peixes. Lula está pressionando o órgão para liberar a licença e chegou a afirmar que "alguns peixes não podem travar o desenvolvimento do país". O rio é o terceiro do mundo em volume de sedimentos transportados e um dos campeões em biodiversidade. Além disso, cerca de 2.500 pessoas que vivem às margens do rio vivem da pesca desses peixes.
Há cerca de 100 obras no PAC que dependem de licença ambiental do Ibama, sobre as quais o governo pede pressa na aprovação. No caso das usinas do Madeira, o estudo sobre o impacto ambiental da obra foi considerado incompleto pelo Ibama.
Como se vê, o PAC não prejudica apenas os servidores através de uma imposição de dez anos de arrocho salarial. Além de tirar dinheiro dos trabalhadores (nos salários, na saúde, educação, na Previdência, no FGTS, etc) para usar em investimentos de infra-estrutura, tais projetos visam apenas os lucros e ignoram impactos ambientais.
Além disso, pelas declarações absurdas de Lula, pela aprovação do Projeto de Lei de Gestão de Florestas Públicas, que esvazia as competências legais do Ibama, e pela pressão do governo para a aprovação sem critérios destes projetos do PAC, fica claro que o governo quer acabar com o Ibama.
Esta é mais uma razão para que os servidores públicos federais se unam aos outros trabalhadores do país numa grande mobilização que derrote o PAC em seu conjunto. Uma luta como a que a Condsef propõe, apenas contra os pontos que prejudicam diretamente os servidores, está desde o início fadada à derrota e implica em uma série de outros prejuízos aos trabalhadores e ao país.
Vários dos projetos que Lula reivindica que saiam logo do papel, porque são compromissos fechados com os grandes empresários do país, são parte do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) e dependem das licenças do Ibama, porque podem prejudicar o meio ambiente.
Um dos exemplos é a construção de hidrelétricas no rio Madeira, projeto que pode impedir a migração de quatrocentas espécies de peixes. Lula está pressionando o órgão para liberar a licença e chegou a afirmar que "alguns peixes não podem travar o desenvolvimento do país". O rio é o terceiro do mundo em volume de sedimentos transportados e um dos campeões em biodiversidade. Além disso, cerca de 2.500 pessoas que vivem às margens do rio vivem da pesca desses peixes.
Há cerca de 100 obras no PAC que dependem de licença ambiental do Ibama, sobre as quais o governo pede pressa na aprovação. No caso das usinas do Madeira, o estudo sobre o impacto ambiental da obra foi considerado incompleto pelo Ibama.
Como se vê, o PAC não prejudica apenas os servidores através de uma imposição de dez anos de arrocho salarial. Além de tirar dinheiro dos trabalhadores (nos salários, na saúde, educação, na Previdência, no FGTS, etc) para usar em investimentos de infra-estrutura, tais projetos visam apenas os lucros e ignoram impactos ambientais.
Além disso, pelas declarações absurdas de Lula, pela aprovação do Projeto de Lei de Gestão de Florestas Públicas, que esvazia as competências legais do Ibama, e pela pressão do governo para a aprovação sem critérios destes projetos do PAC, fica claro que o governo quer acabar com o Ibama.
Esta é mais uma razão para que os servidores públicos federais se unam aos outros trabalhadores do país numa grande mobilização que derrote o PAC em seu conjunto. Uma luta como a que a Condsef propõe, apenas contra os pontos que prejudicam diretamente os servidores, está desde o início fadada à derrota e implica em uma série de outros prejuízos aos trabalhadores e ao país.
quinta-feira, 3 de maio de 2007
Estamos fudidos
Por Otto Mendes
O titulo exprime a situação em que o nosso país se encontra. Esse presidente, um traidor miserável, quer mesmo acabar com o meio ambiente para agradar seus amigos do agro negócio, das construtoras e os neoliberais. Está tentando mudar a legislação, para que projetos considerados "estratégicos" só possam ser vetados pela presidência da república!! Um escandalo!! Está diminuindo o poder do IBAMA, para que seus amigos safados possam saquear o país a vontade, e ainda chantageia o povo brasileiro dizendo que se não puder construir hidroelétricas vai construir usinas nucleares!! A CHESF está fazendo a mesma chantagem aqui no Nordeste. Ora, caro presidente, saiba que o país que vossa senhoria mais gosta, os EUA, há trinta anos não constrói nenhuma hidroelétrica ou barragem, pois não precisa disso, e sim modernizar o equipamento das que já existem, caminho mais eficiente e mais barato. Mas não, nosso presidente que a qualquer custo entregar milhões as empreiteiras, suas novas amigas do peito, para que seus donos enriqueçam mais ainda e possam financiar as campanhas eleitorais do presidente e seus aliados, pois não existe outra explicação para o fato.
Pelo jeito, o presidente também vai acabar com o poder do Ministério Público, os direitos de indígenas e quilombolas e com as leis ambientais, que junto com o IBAMA, formam o conjunto de "penduricalhos" que entravam o saque das riquezas do país pelos seus aliados.
O povo brasileiro tem que reagir, temos que tirar esse triste e irresponsável presidente do poder antes que seja tarde demais!!!!
FORA LULA!!!!!!!
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